Ao ver a nau, já quase submergida
pelos ventos e ondas tempestuosas,
os passageiros que choravam
e gritavam,
quando viram depois que as ondas se acalmavam,
e o mar,
a serenar,
mais calmo estava do que um mar de rosas,
se riam a bandeiras despregadas
das preces fervorosas
das promessas chorosas,
das aflições passadas!
Só o Piloto, o Piloto, não ria!...
Na dor ou na alegria,
como velho Piloto, bem sabia
que tudo está sujeito à súbita mudança.
Catulo Cearense
Catulo da Paixão Cearense, apesar do que diz o nome, nasceu em São Luís do Maranhão, em 8 de outubro de 1863. O sobrenome veio da infância, vivida no sertão cearense, que levaria mais tarde, Brasil afora, na alma de sua obra. Jovem ainda chegou ao Rio com a família. Logo passou a dedilhar o violão pelas ruas da cidade, um autêntico seresteiro das noites cariocas, num tempo em que música e boemia andavam sempre de mãos dadas. Escreveu letras para modinhas, choros e canções de artistas famosos da época, como Anacleto de Medeiros e Ernesto Nazareth.
Sua letra mais conhecida, no entanto, foi feita para Luar do Sertão, modinha de João Pernambuco. A canção acabou se tornando um clássico da música popular.
Nenhum comentário:
Postar um comentário